Aula inaugural com Ignacy Sachs

Por Pollyana Nascimento. Em 13/03/09 08:09. Atualizada em 21/08/14 11:44.
Este autor é uma das principais referências no Grupo de Estudos - Práticas Corporais de Aventura na Natureza - coordenado pelo Prof. Humberto

De origem polonesa, nascido em 1927, é economista formado no Brasil em 1954, quando sua família veio para o Brasil, onde permaneceu por cerca de 14 anos. Fez doutorado na Índia em Delhi (1960), e ao retornar à Polônia criou o Instituto de Países Subdesenvolvidos. Ao deixar novamente seu país em 1968 vai pra França onde vive até hoje e cria o corpo docente da Instituto de Altos Estudos de Paris (França) a pedido de Fernand Braudel, e onde cria o Centro de Pesquisas Contemporâneas sobre o Brasil, do qual é co-diretor. Retorna regularmente ao Brasil, em geral 2 vezes ao ano, por dois meses cada vez, onde tem família, numerosos amigos e colegas de trabalho.

Tem frequentemente ajudado nosso país como colaborador/consultor do governo brasileiro, independentemente dos partidos políticos que estão no poder, além de instituições como o SEBRAE. Atualmente é pesquisador convidado da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP. Brasilianista mundialmente conhecido, participou ativamente da I Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU (Estocolmo, 1972), evento que é marco na mudança de paradigma sobre o meio ambiente no mundo, quando lançou o conceito de ecodesenvolvimento, o qual deu origem mais tarde ao conceito de desenvolvimento sustentável, para alguns, termos sinônimos. Nesse evento foi criado o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Participou ativamente, como conselheiro, também da Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, conhecida como Rio 92 É assessor da Organização das Nações Unidas para as questões de desenvolvimento, que defende como necessariamente includente e auto-sustentável e também para questões relativas ao aproveitamento da biomassa para a produção de energia auto-renovável produzindo vários documentos como o “The biofuels controversy”.

Conhecido como ecossocioeconomista, defende ideais de liberdade, justiça social e o meio ambiente. Para ele a idéia de que desenvolvimento deve ser produto da combinação de crescimento econômico, bem estar social e preservação ambiental. Segundo ele soluções que se apóiem em apenas dois desses fatores são catastróficas. Em relação à crise ambiental e energética comenta em sua recente autobiografia (“A Terceira Margem” publicada em 2007, na França) que não se deve pensar em paralisar o desenvolvimento enquanto houver desigualdades sociais gritantes, e defende a idéia de que o que é preciso mudar é a forma de distribuição dos frutos desse desenvolvimento.

E defende a idéia de que o Brasil é um país decisivo nessa questão. Critica visões de que o biocombustível vai causar crise na produção de alimentos, e sugere como saída utilizar áreas degradadas para o plantio de espécies para biocombustíveis, além de chamar a atenção para a necessidade de inclusão da agricultura familiar e dos pequenos agricultores nesse processo. Nesse sentido enfatiza a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento que signifique a convergência entre economia, ecologia, antropologia cultural e ciência política.

Fonte: Prof. Humberto