Audiência pública discute bibliotecas escolares

Pesquisas mostram que a leitura ocupa o quinto lugar na preferência de lazer dos brasileiros. Incentivar o interesse pelos livros é uma batalha já travada há tempos por profissionais da educação. Na tentativa de mudar esse quadro, em audiência pública, foi discutida essa tarde a questão das bibliotecas escolares. Vários setores da sociedade, como a Secretaria Estadual de Educação, Ministério Público, entidades, profissionais da educação e da área de biblioteconomia reuniram-se no Palácio Pedro Ludovico Teixeira em convocação do Conselho Estadual de Educação. A Universidade Federal de Goiás esteve presente com representantes, professores e alunos, do curso de Biblioteconomia.

Eliany Alvarenga, professora da Faculdade de Comunicação e Bibioteconomia (Facomb/UFG) abriu a audiência afirmando a necessidade de se colocar a biblioteca escolar dentro do contexto das políticas públicas, para assim melhorá-la. Ela ainda demonstrou dados do Programa Nacional da Biblioteca Escolar do Ministério da Educação (MEC) que revela a inexistência maciça de bibliotecas no ensino básico. Convencionou-se a considerar bibliotecas escolares salas de leitura ou lugares onde os livros ficam trancados e fora do acesso da comunidade escolar. Nesse sentido, o curso de Biblioteconomia da UFG solicitou uma resolução especifica que regulamente a criação da biblioteca escolar com profissionais qualificados.

A presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Nêmora Arlindo Rodrigues, parabenizou a ênfase dada à biblioteca escolar no curso da UFG e defendeu a ideia de que essa é a área mais importante das frentes de ação da profissão. “É a área menos valorizada e mais importante porque faz com que o cidadão tenha inserção no mundo do conhecimento”, justificou.

Em Goiás, 821 escolas tem bibliotecas. A secretária da estadual de Educação, Milca Severino, mostrou-se disposta a aceitar sugestões dos segmentos presentes para que um dia todos os estudantes possam encontrar bibliotecas satisfatórias em suas escolas. Desde 2000, a secretaria desenvolve o projeto “Cantinho da leitura” levando livros literários para as salas de aula, mas a secretária reconhece que isso não é suficiente para despertar o gosto pela leitura em todos os estudantes.

Assim, um dos principais pontos da discussão foi a necessidade da adequação das bibliotecas às novas tecnologias de comunicação. Krishnaaor Ávila Stréglio, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (SINEPE/GO) lembrou do projeto de lei, em tramitação, que obriga a instalação de bibliotecas em todas as escolas do Brasil, com bibliotecários formados, acervo atualizado e acesso a internet.

Segundo, Arlam Morais de Lima, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da primeira região, esse é um dos primeiros passos para a efetiva abrangência das bibliotecas em Goiás. Uma boa notícia já foi dada: a secretária Milca Severino anunciou que a Secretaria Estadual de Educação prepara um edital para concurso de profissionais graduados em Biblioteconomia para atuar nas escolas públicas em Goiás.